Nos dias 8 e 9/11 aconteceu em São Paulo o Google Cloud Summit. Evento organizado pela gigante de tecnologia americana para promover as suas soluções para computação na nuvem, ou cloud computing, como o termo é conhecido no mundo de TI.
A maioria das palestras girou em torno do Google Cloud Platform e do G Suite. Neste artigo falarei um pouco sobre os dois produtos e fecharei com um conteúdo que, para mim, foi o que mais interessou e que mostrou como a Google está usando tecnologias avançadas como machine learning e inteligência artificial para ajudar as pessoas a serem mais produtivas em suas tarefas do dia-dia.
Pavilhão da Bienal no Ibirapuera, uma bela escolha
A primeira curiosidade sobre o evento diz respeito ao local onde ele foi realizado. Ao invés de escolher um hotel, ou um centro de convenções, que seria a escolha obvia para um evento deste tipo, a Google resolveu inovar escolhendo o prédio da Bienal, no parque do Ibirapuera. Melhor para todas as pessoas que compareceram ao summit e que puderam apreciar as belas paisagens do parque, através das paredes de vidro da Bienal, ao mesmo tempo que assistiam uma palestra ou faziam networking.
A Google apresenta as suas armas
Mas vamos ao que interessa. No evento, a Google apresentou as suas armas na disputa pelo cada vez mais competitivo mercado de cloud. A intenção claramente era demonstrar força em um segmento com concorrentes já muito bem estabelecidos, como a Amazon (AWS), Microsoft (Office 365 e Azure) e IBM (Softlayer).
A oferta da Google é centrada em dois produtos, ou duas famílias de produtos. A primeira delas é o G Suite, que é a aposta da Google na briga com o Office 365, da Microsoft, que já foi tema de um ótimo artigo aqui no blog e que você pode conferir neste link.
G Suite
O G Suite é um pacote de ferramentas para colaboração e produtividade, que engloba aplicativos já conhecidos do grande público, como o Gmail, o Drive e o Hangout, com soluções mais novas, voltadas para o trabalho em equipe, como o Team Drive e o Hangout Meet. A principal mensagem da Google para o G Suite é que ele traz para o mundo corporativo (com mais segurança e controles administrativos) as ferramentas que os usuários (especialmente os mais jovens) já estão acostumados a utilizar em suas vidas particulares.
Google Cloud Platform
A outra família de produtos destacada na conferência foi o Google Cloud Platform, que envolve soluções para infraestrutura, rede e armazenamento de dados na nuvem, além de machine learning e data analytics.
Para concorrer no disputado mercado de migração de infraestrutura para a nuvem, em que os principais competidores chegaram antes e estão bem posicionados, a Google procura se apresentar como a solução com custos mais baixos e com maiores percentuais de disponibilidade, em outras palavras, a que menos sai do ar.
Machine Learning e Inteligência Artificial
Como prometi, vou finalizar compartilhando o conteúdo de uma palestra em que a Google apresentou alguns recursos de aplicativos da plataforma do G Suite que já estão utilizando conceitos avançados de machine learning e inteligência artificial para otimizar o tempo dos usuários dessas ferramentas em suas tarefas do dia-dia.
Smart Reply
A primeira delas é o Smart Reply do Gmail, que analisa o conteúdo do email recebido e sugere três opções para você economizar tempo na resposta. Você pode escolher uma das sugestões e responder diretamente, ou fazer ajustes conforme a sua necessidade. De acordo com a Google, a ferramenta (que é capaz de aprender com as respostas e com o tempo fazer sugestões cada vez mais próximas daquelas que normalmente você daria) já é responsável por 12% de todas as respostas emitidas no Gmail. O único problema é que a funcionalidade ainda não está disponível em português, mas parece promissora e vamos torcer para que chegue por aqui logo.
Explorar
A funcionalidade Explorar, em Planilhas, sugere gráficos, análises e formatações a partir de dados inseridos em uma planilha. A ideia da Google é que ela possa ir além da simples formatação dos gráficos, e também sugerir insights ou até responder perguntas sobre os dados.
Acesso Rápido
O Acesso Rápido é outro recurso disponibilizado recentemente que foi destacado durante as apresentações. Ele está visível logo que você acessa o Drive e usa critérios como, quais os arquivos mais usados em determinado horário do dia, quais serão necessários para uma importante reunião, para decidir o que deve ser mostrado para o usuário, antes mesmo que ele solicite uma busca.
Conclusão
Em comum entre os recursos apresentados durante a conferência está a tendência de que as aplicações que utilizamos no dia-dia, como o correio eletrônico, a planilha e o processador de texto, cada vez mais desenvolvam capacidades de nos fazer sugestões, baseadas em nossa experiência anterior com a ferramenta, que economizam o nosso tempo e tornam mais ágil a utilização dos aplicativos.
Como se trata de uma tecnologia ainda em desenvolvimento, se você experimentar as funcionalidades agora é provável que as considere limitadas e de pouco valor, mas não há dúvida de que essas e outras aplicações desse tipo (e não apenas da Google) irão evoluir e se tornar cada vez mais úteis para o dia-dia das pessoas.
2 comentários
Ótimo artigo, Paulo. Ficamos sempre curiosos em saber o que a Google anda fazendo para competir no mundo de Cloud
Obrigado Othederaldo.
A briga é cabeça a cabeça com Microsoft e Amazon e precisamos ficar atentos e acompanhar de perto. Até poque a época em que a empresa tinha que decidir se ia para Microsoft, ou Google (ou outra coisa qualquer), cada vez fica mais para trás. A tendencia é que todas essas aplicações possam conversar entre si e que a empresa, ou individuo, possa escolher as peças que mais se adequam às suas necessidades.